sexta-feira, 26 de setembro de 2008

As horas


Relógios.
Minha vida está
cheia,
repleta,
infestada
de relógios.
Me apresso,
esqueço,
corro sempre
com os relógios.
Para os relógios.
Reloginhos bem
pequenos brotam
dos meus poros;
são de todos os
tipos.
Antigos.
Futuristas.
De pulso,
de corrente,
de parede.
(Até ampulhetas!)
Mas são relógios
que
Tocam, despertam, badalam
na minha cabeça.
Minha vida está cansada de relógios!
Ou desapareço
Ou me transformarei – também eu – em um grande relógio.
Grande, enorme, ambulante;
Cheio de ponteiros e despertando a cada instante...