terça-feira, 31 de março de 2009

Lagridor

A dor cresce,
aperta-me o estômago
e fere os pulmões,
sufocando-me covardemente.
Sobe à garganta,
as paredes se contraem
forte e maldosamente.
Engasgo
com o pouco de saliva restante
em minha boca
ressequida.
A dor faz com que
meu rosto inteiro queime,
como se por baixo da pele existisse
fina camada incandescente.
Minha cabeça cresce como se
necessitasse explodir,
como se a testa estivesse a ponto de
ser arremessada a metros,
muitos metros de distância.
- As têmporas latejam
lamentavelmente -
A dor é senhora de mim,
habita o fundo dos meus olhos
que agora ardem desmedidamente
e então ela brota,
flui através deles,
pesada,
salgada,
escorre morna pela minha face
e retorna ao meu corpo
me afogando.

2 comentários:

Aroeira disse...

fuerte, mujer. booooommmm!

Adrianna Coelho disse...


Lídia, concordo com o Aroeira: forte e bom! Bom demais.
E tbm é a descrição de uma crise de ansiedade...

beijos